Crítica: The Umbrella Academy (segunda temporada) (com spoilers!)

Hello!

Confesso que eu não lembrava e ainda não lembro nada da primeira temporada, mas parece que não afetou o meu entendimento sobre a segunda temporada que dessa vez se aprofundou muito mais em temas como: a paternidade tóxica do Sr. Hargreeves, racismo, homossexualidade e outros assuntos.

Para aqueles que não lembram e decidiram ler esse post mesmo contendo spoilers, a primeira temporada terminou com o personagem Cinco usando seu poder para voltar no tempo com todos para evitar os estragos do apocalipse que a Vanya causou. Eles acabam soltos em Dallas no estado do Texas, porém sozinhos e espalhados em anos diferentes e quando o Cinco sai do “buraco” ele cai em 1963 em um cenário de guerra... mais um novo apocalipse para resolver.

Poster promocional da série "The Umbrella Academy"

Eu li uma resenha no tumblr falando que o Luther tinha tido um desenvolvimento de personagem excelente que pela primeira vez na vida ele estava vivendo por ele mesmo e não por direções de seu pai. Eu não poderia discordar mais fortemente, a única coisa que alterou foram as circunstâncias, ele seguia protegendo e sendo capacho de alguém e isso é resultado do impacto causado pela paternidade tóxica do Sr. Hargreeves. Agora eu preciso retornar ao fato do Luther continuar apaixonado pela sua irmã – não importa se eles não são irmãos biológicos, eles cresceram juntos como irmãos, portanto são irmãos! Não vou negar que adorei a parte dele estar mais confortável em sua própria pele e não se esconder com tanta frequência (ok, talvez tenha tido uma evoluçãozinha de personagem).

Logo de primeira pensei “puts” quando vi em qual década a Alisson caiu, quem conhece um pouco sobre a história dos Estados Unidos sabe que durante aquele período os movimentos civis dos negros estavam a todo vapor e o preconceito não era velado como é hoje em dia. Sinceramente todo o arco dela toca bem fundo no meu coração (quem me conhece sabe que sou filha de mulher negra), ela chegou a se casar com um líder ativista pacífico e estava participando ativamente do movimento (o que me deixou orgulhosa 💜) dos encontros e estratégias sem usar seu poder, o Rumor, mesmo agora totalmente recuperada do ataque da Vanya em 2019. Apesar de eu gostar do arco dela, preciso apontar algo que me incomodou: eu havia esquecido que ela tinha uma filha, simplesmente por ela parecer “encaixar” tão bem e não ter nenhum resquício de desespero por estar longe dela, mesmo que ela não tenha ficado em dúvida para voltar.

A Vanya, apesar de achar ela uma personagem chata, é desenvolvida na segunda temporada. Ela "cai" alguns meses antes do apocalipse, é atropelada e fica sem nenhuma memória, a sua vida sem lembranças nos mostra que se ela não tivesse sofrido todos os abusos do pai e família, eles teriam a versão atenciosa, carinhosa e pacífica da personagem. No entanto, descobrimos que ela "escolheu" trancar as memórias do passado, uma espécie de proteção imposta pela própria cabeça após os eventos da primeira temporada, e quando elas voltam, ela se perde no poder que possui e causa o novo apocalipse (não fiquei surpresa com isso).

Um tema importante e desenvolvido de uma forma bonita, porém que pareceu "fácil" demais em algumas horas, foi ela e a mulher que a atropelou entrarem em um romance. Existe uma conversa que dá uma vontade de chorar quando a Sissy fala que ela deu esperança para ela, mas o que me deixou com a sensação de "fácil" foi a tranquilidade de uma guria do Texas, na década de 60, casada e com filho não surtar com o novo romance (mas isso foi uma sensação minha, fiquem à vontade para discordar).

O Cinco, como sempre, faz o possível e o impossível para tentar salvar a família desse novo problema, eu sempre fico admirada com a performance do Aidan Gallagher, 16 anos, o guri faz um cara de 58 anos no corpo de uma criança de 13 anos e isso fica claro na série. Ele merecia um Emmy, Globo de Ouro pela atuação e acho que qualquer um concordaria comigo. A dupla mais amada da série, Ben e Klaus, é o que me faz vibrar a cada episódio, o Robert Sheehan merecia também atenção por sua atuação, nada me surpreendeu que o Klaus virou o líder do seu culto de hippies fora de época, mas o que me surpreendeu foi a vontade do Ben ser humano para poder interagir com uma crush e sua família (foi lindo e engraçado de ver).

Outro personagem que foi moldado pelo pai e continua a seguir os “comandos” implantados por ele é o Diego, um personagem que eu acredito ter sido bem explorado nessa temporada. Sua necessidade de provar o heroísmo por causa do que o pai dizia é apontada por Luther (olha só, deveria seguir o conselho e rever seu relacionamento com o pai), ele não se desprende disso totalmente, mas ele não fica preso nos seus problemas consegue andar com a narrativa e participar do plot dessa temporada, principalmente por causa do seu interesse amoroso, a Lila.

Eu poderia gastar horas falando do meu desgosto pela Handler e sua filha, mas acho melhor focar nas pontas soltas da série. Primeiramente mostraram um tico da vida do Pogo e da mãe Grace, me pareceu um fan service pela metade e não aprofundaram como deveriam; depois a história do pai ser um alien? Talvez algo para a terceira temporada, mas além da aparência que não mudou durante décadas, não havia nenhuma indicação. Além desses assuntos em aberto, a série vai mostrando algumas coisas que não fazem sentido até o último episódio e eu não achei que os argumentos foram retirados do nada, porque ao decorrer da série existem indícios que embasam aquelas situações.

Eu maratonei em um dia a temporada inteira e estou novamente apaixonada por tudo, é uma pegada diferente dos super heróis que conhecemos, assim como a série The Boys, é algo necessário para quebrar os padrões que se tornaram maçantes nesse mundo. A série em si é uma obra de arte, a filmagem, a edição, as roupas e a música, tudo é perfeito! Eu simplesmente amei que as músicas eram tão presentes que até um espectador leigo (como eu) reparou, as emoções condiziam com as músicas e eu me peguei balançando os pés em momentos mais descontraídos. Agora aguardarei ansiosamente uma data de estreia e as fotos promos da terceira temporada! 😀

Goodbye!

Ilustrações dos personagens da série "The Umbrella Academy"
Sandy Banazequi

Publicado por

Sandy Banazequi

23 anos, estudante de engenharia civil, Usain Bolt da leitura/séries e chorona que ama músicas tristes.

2 comentários

  1. Oie, tudo bem?
    Ainda não consegui ver a primeira temporada, mas pretendo maratonar em breve! Ótima dica!
    Blog Entrelinhas

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    1. Oie, tudo sim e contigo?
      A primeira temporada é tão legal quanto a segunda, super indico também!

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