Chegamos ao meio da série e Wandavision dá uma “pausa na programação” para responder algumas perguntas - e deixar mais dúvidas. Spoilers abaixo, como sempre. 🤯

Semana passada, tivemos um respiro do mundo de fantasia/sitcom/fanfic da Wanda para podermos ter uma visão mais ampla do mundo lá fora. Fora do domo, nesse caso. Acompanhamos uma força tarefa da S.W.O.R.D (com o FBI, o Exército e tudo mais que tem direito) enquanto ocorre a investigação do que eles chamam de “A Anomalia de Westview” e dos fenômenos que a cercam.

De longe, a cena que eu mais gostei em “Interrompemos Este Programa” é a cena de abertura. Raramente o MCU nos mostra o que as ações de seus heróis causam na população comum, seja nos filmes ou até mesmo nas antigas séries, que agora não fazem mais parte do cânone, nunca sabemos bem qual é a reação do mundo com os eventos de grande escala que acontecem nesse Universo. 

A primeira cena é uma cold open que mostra Monica Rambeau - que antes conhecíamos como Geraldine, e antes disso, a filha de Maria Rambeau, em Capitã Marvel - voltando após o blip, quando Bruce Banner desfez o estalo de Thanos e trouxe a metade da população que foi perdida nele. Ela acorda em um hospital, e vemos dezenas de pessoas reaparecendo nos quartos, nos corredores, e o hospital não tendo a capacidade de lidar com aquele fluxo inesperado de pessoas. É uma cena desesperadora, e muito triste, onde Monica descobre que sua mãe morreu há três anos atrás, enquanto ela ainda estava desaparecida. Nós, como audiência, somos rapidamente apresentados não só a história de Monica, que hoje é uma agente da S.W.O.R.D, mas também de sua mãe, que era a diretora e fundadora da agência.

O episódio traz personagens secundários, queridos no MCU, e coloca-os à frente da série. Após Monica ser sugada pra dentro do domo de Westview - onde ela se tornou a Geraldine - que estava investigando o que era, de início, apenas um caso de desaparecimento sob jurisdição do FBI, o agente Jimmy Woo - de Homem-Formiga - e Darcy Lewis, que antes era estagiária da Jane Foster, em Thor, e agora é doutora em Astrofísica (chique demais, desenvolvimento de personagem). Os dois são super fofos e trazem outro elemento bem legal desse episódio: a metalinguagem.

Jimmy e Darcy acompanham a história de Wanda e Visão pela televisão, assim como a gente faz com a série. Especulam, se emocionam e ficam investidos na história criada por Wanda naquela realidade. Eles ainda não sabem como tudo aquilo veio a acontecer - assim como a gente, também - mas estão tentando descobrir. Vemos o outro lado dos esforços feitos para entrar em contato com a Wanda - o agente Woo pelo rádio, o agente vindo do esgoto… tudo isso em vão. Todas as pessoas de Westview (cidade que, na verdade, nem existe) estão presas ali e agindo como atores interpretando papéis na narrativa da Wanda. Tudo isso contribui pra teoria de que Wanda seja a vilã da história, já que ela está manipulando e prendendo pessoas inocentes só pra não encarar a realidade.

Falando em Wanda como vilã, finalmente entendemos o que aconteceu entre ela e Monica, ou Geraldine, quando a última “saiu do personagem”. Wanda a chama de invasora e a expulsa do domo com seus poderes, numa cena sinistra e que mostra bem o que personagem da Feiticeira Escarlate sempre foi nos quadrinhos, naquela linha tênue entre heroína e vilã. Ao mesmo tempo que ela tem momentos como esse, nós ainda torcemos por ela, por Visão e pelos seus bebês, que acabaram de chegar.

O final, com a desconfiança de Visão, que já tá mais ou menos ligado no que tá acontecendo, e ao som de Voodoo Child, música icônica de Jimi Hendrix, em referência à magia caótica de Wanda, foi incrível, de arrepiar. Me fez ficar ainda mais ansiosa pros próximos episódios, agora que a temos a mistura do sitcom e da realidade, vai ser tudo assistir Monica, Darcy e Jimmy tentando ajudar Wanda e Wanda lutando cada vez mais para manter seu mundo idealizado.