The Mandalorian: Chapter 13, The Jedi

Alerta: textão de fã emocionada, prossiga com cuidado.

O capítulo 13 de “O Mandaloriano” foi o episódio mais esperado de toda a história da série - sem exagero. Não é de hoje que surgiu a especulação da introdução dos cavaleiros jedi na série (desde que aprendemos, na primeira temporada, da sensibilidade que “A Criança” tem com a Força) e também não é recente o pedido dos fãs para que a atriz Rosario Dawson interpretasse Ahsoka Tano em um possível live-action. O que aconteceu em “The Jedi” foi a culminação de tudo isso, e muito mais.

The Mandalorian: Chapter 13, The Jedi

Nos primeiros três minutos de duração já nos deparamos com Ahsoka lutando contra um grupo de soldados imperiais, que estão ocupando a cidade de Calodan a mando de Morgan Elsbeth, uma Magistrado do Império, interpretada por Diana Lee Inosanto (artista marcial e afilhada de Bruce Lee). A cena é encoberta por uma névoa cinza, e quando os sabres de luz brancos aparecem é o primeiro momento de catarse, que começa aí e dura até o final do episódio. É o momento que você já quer vender a alma pro Dave Filoni e falar: leva meu dinheiro, minha vida e tudo mais.

Mas, afinal, quem é Ahsoka Tano e por que ela é tão importante? Ahsoka foi padawan (aprendiz) de Anakin Skywalker, quando este ainda era um cavaleiro jedi, juntamente com seu mestre Obi-Wan Kenobi. Ela é um dos personagens principais de The Clone Wars (que recomendei no post anterior e vou continuar recomendando) e é uma das jedi mais poderosas que já vimos - capaz de dar uma coça de igual pra igual até no Darth Vader. Da última vez que a vimos, em Rebels, ela está em busca de outro jedi, Ezra Bridger (o protagonista de Rebels) que estava (e permanece) desaparecido.

Agora, ela busca conseguir informações com a Magistrado Elsbeth, e também liberar a cidade de seu domínio - e do Império. É nesse cenário que chegam Mando e o bebê. Procurando por informações na cidade, ele acaba sendo coagido pela Magistrado com um missão para matar Ahsoka - ele toma vantagem disso e, em vez de seguir as ordens de Elsbeth, vai de encontro com a jedi para apresentá-la ao bebê.

A conexão entre os dois é imediata. Eles sentem um ao outro pela Força, e se comunicam assim - a partir daí, temos algumas das respostas mais importantes até agora para o enredo da série, e isso foi entregue perfeitamente. Através de Ahsoka aprendemos que o nome do bebê, na verdade, é Grogu, e que foi um padawan no templo jedi em Coruscant, passando por diversos mestres antes da queda da República. Ele foi salvo a tempo de escapar da Ordem 66 (aquela que matou a maioria dos jedi, a mando do Imperador Palpatine) e havia reprimido seus poderes para sobreviver nas últimas décadas. 

Vai ser difícil a partir de agora me referir ao bebê como Grogu? Vai. Mas juro que vou tentar!

Ahsoka recusa a treinar Grogu, argumentando que sente muito medo nele, e que o medo pode levar a consequências graves, quando se é um jedi. Ela faz isso em óbvia referência a seu antigo mestre, Anakin, a quem considerava um irmão, e como seus sentimentos em descontrole o levaram para o lado negro da Força. É muito tocante ver que seu passado ainda pesa muito nas escolhas dela, e que seu trauma ainda é profundo, mas ela faz o que é preciso para derrotar o Império e talvez, trazer equilíbrio para a galáxia mais uma vez - como uma verdadeira jedi deveria, mesmo que ela agora rejeite o título.

Depois disso, Mando ainda tenta convencê-la. Ele propõe uma aliança para que os dois derrotem a Magistrado e libertem a população de Calodan, e em troca, ela treinaria Grogu. 

Naquela noite, os dois invadem a cidade e dão um baile nos soldados (que são sempre descartáveis e eu amo isso). Enquanto Mando enfrenta o lacaio de Elsbeth, em um duelo de pistoleiros bem western, bem Star Wars raiz estilo Han Solo, Ahsoka e a Magistrado tem uma luta incrível dentro da fortaleza no meio da cidade, em uma clara homenagem aos filmes de Akira Kurosawa, que foi uma das grandes referências de George Lucas. A luta das duas também me lembrou bastante Kill Bill, mas todos eles se voltam para a mesma referência. O cenário, a trilha, a tensão, os dois duelos acontecendo ao mesmo tempo, tudo isso serviu para construir uma cena arrepiante.

Quando a Magistrado finalmente é derrotada, Ahsoka consegue o que quer. Descobrimos que o mestre de Elsbeth é o Almirante Thrawn, outro personagem que passou do universo expandido para o cânone, e agora para o live action. Ele é o vilão de Rebels e sua localização pode levar Ahsoka até Ezra, por isso a relevância dessa informação. Confesso que não imaginava que Thrawn seria mais um personagem famoso que vamos ter o prazer de ver em versão live action, mas vai ser maravilhoso e mal posso esperar! (e que com ele venha o Ezra também, por favor).

A parte mais emocionante do episódio com certeza foi o (quase) adeus de Mando e Grogu. Todo mundo já sabia da conexão que esses dois têm, e ela foi demonstrada nesse episódio durante a tentativa de treinamento do bebê, quando este só obedece ao Mando, e não à Ahsoka - é um amor ver o orgulho que o Mando tem do Grogu, mesmo que ele não saiba demonstrar muito bem. Vemos Din Djarin com a voz embargada, dando tchau para o seu amigo (e ouso dizer, filho), antes de Ahsoka chegar e definitivamente recusar a treinar a criança. Ela nota que Mando é como um pai para ele, e que ela não pode separar o laço que eles criaram.

Confesso que chorei durante essa cena. Tinha certeza que eles iam ser separados, e que Grogu ficaria sozinho com Ahsoka naquele planeta enquanto Mando seguiria para reencontrar Bo-Katan, provavelmente. Fiquei emocionalmente ligada a um pai solo caçador de recompensas e um ratinho verde e feio sensitivo à Força e não nego, espero que jamais separem esses dois, eles pertencem juntos… Disney não me faça chorar mais, obrigada.

Ao final do episódio, a jedi recomenda a Mando que leve Grogu à Tython, onde há um antigo templo em ruínas, e onde ele poderia deixar a criança ali para meditar e tentar alcançar outros jedi por meio da Força. Talvez um deles o ouça e venha de encontro a ele. Mando e aceita e segue com a Razor Crest para mais um destino nessa temporada.

Agora, temos mais e mais possibilidades. São poucos jedi que estavam vivos na época em que a série se passa. Ezra Bridger é um deles, e Luke Skywalker também. Duvido muito que eles tragam o Luke para Mandalorian - vi muita gente dizendo até que o Sebastian Stan (o famoso Bucky Barnes, do MCU) poderia interpretá-lo, e assim, seria tudo, mas acho bem improvável. Se eu precisasse apostar, seria no Ezra, ou em algum outro personagem menor e menos conhecido, ou até um novo personagem, criado para a série. 

Vamos encontrar Tython nesta sexta-feira, e com ele muitas outras surpresas (boas, eu espero, porque a Razor Crest ainda tá sendo vigiada pelo Moff Gideon… vem aí?).
Luiza de Toledo

Publicado por

Luiza de Toledo

23 anos, estudante de letras, professora, pseudo-cinéfila e sommelier de fanfiction.

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