
“Hoje, amanhã, ontem… É tudo a mesma coisa. E você?”
“Me pergunte de novo no final do dia. Qualquer coisa pode acontecer.”
Uma premissa que se tornou famosa no cinema hollywoodiano desde o lançamento de Feitiço do Tempo (Groundhog Day), o famoso filme estrelando Bill Murray, nos anos 90, é a ideia do famigerado dia da marmota: onde os personagens vivem o mesmo dia por diversas vezes até encontrarem uma maneira de quebrarem o ciclo e voltarem para a linha do tempo normal. Filmes como No Limite do Amanhã, A Morte Te Dá Parabéns e até o clássico da Sessão da Tarde, Como Se Fosse A Primeira Vez, todos trazem sua interpretação própria desse tropo já tão utilizado. Palm Springs, que estreou no mês passado na plataforma de streaming Hulu, é o mais recente a fazer uso dessa.
Estrelado por Andy Samberg (de Brooklyn 99), como Nyles e Cristin Milioti (de How I Met Your Mother), como Sarah, e com a participação do sempre incrível J. K. Simmons, ele conta a história de dois estranhos que conhecem em um casamento em Palm Springs. Quando o dois dão uma escapada da festa após a cerimônia, são atacados por um homem misterioso e se veem presos em um loop temporal infinito, acordando sempre naquele mesmo dia.
Pra mim, o que destacou Palm Springs de outros filmes com a mesma premissa foi que ele, em vez de focar na ciência dos acontecimentos – passando inúmeros minutos da sua duração com montagens e colagens e explicações malucas de física quântica – ou até mesmo na magia ou em algum motivo sobrenatural, ele foca na relação conturbada e extremamente humana dos seus personagens principais. A relação entre duas pessoas super disfuncionais que são obrigadas a conviver, compartilhando um mesmo dia incontáveis vezes seguidas, explorando suas infinitas possibilidades e se apaixonando no meio de tudo isso. A presença obstinada de Sarah faz com que Nyles, que já estava resignado ao seu destino de estar eternamente preso naquele mesmo dia do casamento da amiga da sua namorada, consiga ver que talvez há, sim, um motivo e uma solução para tudo o afligia.
Apesar de ser uma comédia (e bem executada, tem vários momentos hilários no meio dessa loucura temporal toda), o filme trata de assuntos que eu não esperaria ver se desenrolarem quando vi os primeiros minutos do longa, que pareciam mais como uma comédia romântica besteirol como tantas que já vimos. A trama lida com dramas familiares, com a noção de repetição de erros e de padrões tóxicos e na própria questão da passagem do tempo na nossa vida e o que escolhemos fazer com ela.
Escolhi fazer um texto sem spoilers porque acredito que muitos não tenham assistido esse filme e foi uma experiência ótima assisti-lo sem fazer ideia do que iria acontecer! Palm Springs está disponível no Hulu e fica como recomendação pra você que curte um filme meio psicodélico, meio engraçado e meio romântico, por que não?
2 comentários
Oii, como vai?
ResponderExcluirNossa, só pelo elenco eu já assistiria mas confesso que amo esses filmes com o "dia da marmota", principalmente quando tem romance e relações bem trabalhadas. Adoro o Andy e o J.K então super assistiria porque parece o tipo de filme que eu iria gostar.
Abraço ♥
Larissa - Blog: Parágrafo Cult
Oie! <3
ExcluirAcho que com esses quesitos então você vai adorar, o elenco não decepciona e a relação entre os personagens é super bem construída, foi uma das minhas partes favoritas. O J.K. é um ícone, como sempre hahah as cenas dele com o Andy são ótimas, tanto as de comédia como as dramáticas!