O racismo nos esportes pela visão de “Duelo de Titãs” e “Estrada para a Glória”
No começo dos anos 2000, a Walt Disney Pictures produziu dois filmes baseados em fatos sobre a luta contra o racismo dentro do esporte, os filmes vieram ao meu conhecimento por intermédio de um trabalho da faculdade (ou seja, vejam os filmes indicados pelos professores) e com isso, acabei conhecendo dois filmes fantásticos, então super recomendo para vocês.
Duelo de Titãs

O filme de 2000 do diretor Boaz Yakin, retrata uma cidade onde a segregação ainda era muito forte, mesmo depois do movimento negro por direitos civis. Duas escolas, uma que era apenas para brancos e outra apenas para negros, foram unidas e o formaram o colégio T.C. Williams, em que o time de futebol americano, os Titãs, teve o seu novo treinador principal substituído pelo personagem do Denzel Washington. O filme começa com uma segregação enorme dentro do próprio time, os adolescentes reproduziam os mesmos preconceitos que cresceram ouvindo a vida inteira. No entanto, o treinador principal, Herman Boone, mostrou com o seu jeito “general” que a união do time transcendia o racismo e, com isso, os jogadores foram destruindo preconceitos rapidamente e criando relações que os faziam construir uma fraternidade dentro e fora do campo, assim os elevando a grandeza.
Estrada Para A Glória

O filme de 2006 do diretor James Gartner, se passa em 1966 em um Estados Unidos no final do movimento por direitos civis. Um treinador de basquete, Don Haskins, foi convidado para treinar o Miners do Texas Ocidental e recruta 7 jovens negros para seu time, mesmo sendo algo impensável de fazer para a época, dando a eles a oportunidade que vinha sendo negada por conta do racismo no país. Ao longo do filme se torna mais claro que um time “misto” ganhando várias partidas com seu estilo livre de jogar virou um incomodo para os racistas da época, resultando em agressões verbais e físicas. Isso fez com que os jogadores questionarem se valia a pena ganhar sendo que sofriam com isso, mesmo eles estando perto de entrar para a história.
Os dois filmes mostram a realidade enfrentada por diversos esportistas nos Estados Unidos naquela época e, infelizmente, até hoje. Na NFL, Liga Nacional de Futebol Americano, apesar de boa parte de seus jogadores serem negros, poucos times têm head coach (técnico principal) negro. O quarterback negro, Colin Kaepernick, foi boicotado pelos times e até hoje está sem time, apenas por ajoelhar (um protesto pacífico) durante o hino nacional. A realidade do nosso país e dos jogadores brasileiros em times estrangeiros não é diferente, é possível ver torcidas fazendo injurias raciais contra os jogadores de futebol e eSports (e em outros esportes, porém não tenho conhecimento sobre). São obras do cinema que sempre me fazem refletir, a vida já é injusta com quem é negro, agora imagina ser negro e competir por espaços em ambientes que podem te elevar ao status de ídolo? Por isso precisamos de mais pessoas no esporte como Lewis Hamilton e Colin Kaepernick mostrando como é a vida de um negro por trás dos bastidores e desafiando o status quo.
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