Acho que já fazem quase 10 anos que assisti Quase Famosos pela primeira vez. Lembro que, na época, a VH1 passava alguns filmes que tinham música como tema na programação da noite, e foi lá que a pequena eu-adolescente ficou fascinada com esse filme. Sempre gostei muito de música (de ouvir e apreciar, porque realmente nunca aprendi a tocar nenhum instrumento), então, para mim, qualquer mídia que tratasse do assunto já era incrível por si só, porém, quando pensamos em filmes e séries que tenham o mesmo tema, eles são feitos pela perspectiva do músico. Quase Famosos nos traz uma nova perspectiva, a do fã.
O longa é inspirado nas experiências do diretor, Cameron Crowe, que, assim como o protagonista William Miller, foi um adolescente que escrevia para a Rolling Stone e acompanhou diversas bandas, como Led Zeppelin, Eagles e Allman Brothers Band, em suas turnês durante os anos 1970. William, por sua vez, acompanha a banda fictícia Stillwater pelo verão de 1973 e vira sua vida de cabeça para baixo. O garoto tenta entrevistar os membros da banda em diversas ocasiões durante o filme e sua pergunta mais importante é: “O que o rock and roll (ou a música em geral) significa para você?”.
Essa pergunta, pra mim, é o que move o filme. A gente percebe o quão importante a música é para cada um dos personagens – para o crítico Lester Bangas, que apesar de dizer que o rock and roll já havia morrido, continuava teimosamente escrevendo sobre ele, para o guitarrista Russell Hammond, que só se liberta dos seus demônios internos no palco, para Penny Lane, que se reinventou e conquistou sua independência vivendo na estrada e pelo seu amor à música (e não só aos músicos), para todas as groupies que gritam e choram e quase morrem pelos seus ídolos, e para o próprio William, que encontra ainda na infância um refúgio e uma forma de expressão na música que o acompanhou pela vida toda.
Uma das cenas que reflete isso tão bem é quando, mais para o final do filme, uma das groupies (ou band-aids, como elas gostam de serem chamadas), Sapphire, reclama para Russell que as novas groupies que acompanham a banda, dizendo que “elas nem sabe o que é ser fã, sabe? o que é amar tanto um trechinho de uma música, ou alguma banda, tanto que até dói”. Sapphire não tava ali só pelas festas e pelos shows de graça e pelos caras (apesar de estar ali por isso também), ela estava ali pelo amor à música e pelo o que a faz sentir.
Quase Famosos é uma ode ao fã de rock and roll, aquele que vive pela sua banda favorita e sabe todas as músicas e os detalhes de cor, e apelando pra esse impacto que o rock tem na vida de tanta gente, o filme tornou-se um ícone e um dos clássicos da década de 2000. Esse ano, ele completa duas décadas desde sua estréia no Festival Internacional de Cinema de Toronto, e para comemorar, o podcast norte-americano Origins lançou uma série de episódios intitulados "Origins: Almost Famous Turns Twenty", que estreou dia 8 de julho, na semana passada.
O podcast vai reunir o elenco icônico do filme, contando com Kate Hudson, Billy Crudup, Patrick Fugit, Zooey Deschanel, Jimmy Fallon, Frances McDormand e Jason Lee, o diretor e roteirista Cameron Crowe, os músicos Peter Frampton e Nancy Wilson, da banda Heart, que serviram de consultores para a música e a trilha sonora do filme, juntamente com outros membros da produção, para contar as histórias ainda não contadas sobre esse filme tão celebrados nesses últimos 20 anos.
...e como hoje é o Dia Mundial do Rock (bb!), nós aqui do Trívia fizemos nossa própria comemoração em forma de playlist, reunindo só os hinos do rock and roll pra você curtir a sua segunda-feira e se lembrar do amor de fã que vive dentro de você.
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