Há muitos anos atrás (digo muitos porque realmente faz tempo e eu não sei exatamente quanto), um amigo – que eu tinha acabado de conhecer, naquele mesmo dia – me disse que eu precisava assistir Avatar (o desenho, não o filme do James Cameron). Prometi a ele que iria assistir e passei os próximos anos procrastinando a tão prometida maratona da série. O fato é que eu nunca fui muito chegada em animações, de qualquer tipo e duração, por isso hesitei em começar algo que eu não tinha certeza se ia gostar ou não.

Flashforward pra esse ano: quarentena, estado de calamidade, todo mundo preso em casa, a internet e os serviços de streaming viraram seus melhores amigos. Resolvi, finalmente, dar uma chance pras aventuras do Avatar Aang e seus amigos – e foi uma das melhores decisões que eu fiz esse ano. 

Avatar: A Lenda de Aang, que estreou na Nickelodeon em 2005 e viu um ressurgimento no fim do ano passado quando a animação foi para a Netflix, tem um equilíbrio muito legal entre leveza e seriedade, episódios curtos e uma história super cativante, foi perfeita para maratonar nas tardes de ócio da quarentena. Como fã de longa data de obras de fantasia, a construção de mundo foi o que mais me encantou – toda a tradição dos dobradores de elementos, seus poderes, a fé de cada um, tudo isso me puxou pra dentro daquele universo e me deixou mais curiosa para saber os limites dele.

Outra coisa incrível foi acompanhar o arco de desenvolvimento e amadurecimento dos personagens, coisa que em algumas séries é simplesmente esquecido ou mal executado, nessa, pra mim, rolou perfeitamente pra cada um dos personagens. Não quero dar spoilers aqui, mas ver aquelas crianças do começo da primeira temporada se tornarem o que elas se tornam no final de toda a saga é de encher os olhos, você fica totalmente investido nas suas histórias e nos seus conflitos, é como acompanhar amigos seus nas suas jornadas pela vida.

Falando em amigos, então, queria agradecer ao meu amigo Luis (se você estiver lendo isso) por essa recomendação de tantos anos atrás, que me deu novos amigos (fictícios) que fizeram dos meus dias de isolamento menos tediosos e vazios. Fica aqui, agora, minha recomendação: A Lenda de Aang aqueceu meu coraçãozinho e expandiu meus horizontes, espero que faça o mesmo pra você que nunca assistiu antes.