"Quando sua mãe foi eleita presidenta dos Estados Unidos, Alex Claremont-Diaz se tornou o novo queridinho da mídia norte-americana. Bonito, carismático e com personalidade forte, Alex tem tudo para seguir os passos de seus pais e conquistar uma carreira na política, como tanto deseja. Mas quando sua família é convidada para o casamento real do príncipe britânico Philip, Alex tem que encarar o seu primeiro desafio diplomático: lidar com Henry, irmão mais novo de Philip, o príncipe mais adorado do mundo, com quem ele é constantemente comparado ― e que ele não suporta.O encontro entre os dois sai pior do que o esperado, e no dia seguinte todos os jornais do mundo estampam fotos de Alex e Henry caídos em cima do bolo real, insinuando uma briga séria entre os dois. Para evitar um desastre diplomático, eles passam um fim de semana fingindo ser melhores amigos e não demora para que essa relação evolua para algo que nenhum dos dois poderia imaginar ― e que não tem nenhuma chance de dar certo. Ou tem?"
Coincidentemente nesse mês de junho peguei pra ler o livro "Vermelho, Branco e Sangue Azul" de Casey
McQuiston, e o finalizei a tempo de poder falar sobre ele especialmente nesse dia de hoje, o Dia do Orgulho
LGBT.
A história retrata Alex, o filho da primeira presidente mulher dos Estados Unidos, um rapaz jovem, do tipo
sarcástico e muito inteligente que tem planos de ter uma carreira política assim como seus pais – até ver sua
vida sofrer reviravoltas inesperadas após um incidente com ninguém menos que o Príncipe Henry – o qual, até
então, ele odeia –, e serem obrigados a passar um fim de semana juntos para eliminar especulações de um
climão diplomático entre os EUA e a Inglaterra e evitar a distração da população acerca da campanha de
reeleição da mãe de Alex fazendo aparições públicas e fingindo serem grandes amigos para a imprensa. Após
isso, os dois eventualmente passam a trocar mensagens e e-mails conforme uma amizade genuína vai
surgindo, até o dia que, em uma noite de Ano Novo após algumas bebidas, Henry o beija em um impulso, mas
vai embora assustado logo em seguida sem dar tempo para Alex dizer alguma coisa ou sequer pensar no porque aquele beijo não lhe foi nem um pouco estranho, e sim muito bom.
A narrativa mostra o desenrolar da relação do primeiro-filho e do príncipe, duas pessoas que não se
gostavam à duas pessoas que passaram a trocar beijos as escondidas e comparecer em compromissos no
país um do outro como pretexto para poderem se encontrar em segredo e alimentar esse relacionamento que
começa como algo casual e vai se desenvolvendo em um amor que eles custam a admitir em voz alta – e que,
na verdade, sempre houve algum indício de existir, mesmo nos tempos em que a animosidade reinava entre
eles e ambos não se davam uma chance de se conhecerem de verdade (o bom enemies to lovers que a gente
adora). Vamos acompanhando o questionamento de Alex sobre sua própria sexualidade, descobertas que faz sobre Henry cada vez que ele o conhece um pouquinho mais a fundo e, consequentemente, descobertas
que faz sobre si mesmo. É uma leitura divertida, sexy em vários momentos e muito envolvente, e o leitor
reflete junto com os personagens como eles podem lidar com esse romance: como ficarem juntos e assumirem
um compromisso publicamente sendo quem são – o filho da presidente dos Estados Unidos e o príncipe
da realeza britânica –, duas das pessoas mais públicas e vigiadas no mundo inteiro?
Henry, o completo oposto que Alex pressupunha que era antes de se envolverem, é um cara sensível, ansioso, também inteligente e que guarda muita tristeza pela
morte do pai e o medo de se assumir para a família e ser obrigado pelo tradicionalismo tão intrínseco da
realeza a manter-se escondido, sem poder ser quem realmente é. E Alex que, apesar de ter uma família muito
mais acolhedora, convive com a preocupação de ter uma mãe concorrendo ao segundo mandato na
presidência e de que seu relacionamento com Henry vindo à público antes do planejado pode comprometer os
resultados dessa reeleição. Essa pitada de drama com o receio de serem vencidos por essas questões e a
possibilidade de não conseguirem ficar juntos, além de uma armação chocante que é revelada mais tarde na
história, foi muito envolvente e rendeu momentos ainda melhores onde Henry e Alex puderam ver que havia
esperança – e como os próprios personagens diziam, a possibilidade de entrar para a história. "História, hein?"
se tornou, de certa forma, um símbolo na narrativa, virando até estampa de camiseta. Duas simples palavras
que têm grande peso.
Além do romance, há esse plano de fundo político no decorrer da história, já que se passa durante os meses
de campanha que antecedem a eleição de 2020, com menções à projeções, planos de governo e entre outros
termos (além de alguns escândalos sendo revelados) e que, no entanto, não me pareceram confusos e não foi
aprofundado o suficiente para começar a complicar (e olha que quem está falando não é nem um pouco expert
em política). Foi uma leitura muito tranquila e fluida durante toda a narrativa.
Além do fato da própria autora ser da comunidade LGBTQIA+ e de ter criado essa história com
personagens diversificados e uma realidade paralela muito bacana onde há uma presidente norte-americana
mulher, com uma família miscigenada (Alex e a irmã June são filhos de Oscar Diaz, um senador mexicano), um
protagonista bissexual namorando um príncipe inglês homossexual, ambos se tornando um ícone mundial,
além de outros personagens secundários que também têm diferentes origens ou fazem parte da comunidade
LGBTQIA+, "Vermelho, Branco e Sangue Azul" é uma história de romance cativante e, citando algumas palavras da
autora, "uma faísca de alegria e esperança". Gostei de conhecer esses personagens e apreciar essa história
que remete muito à fanfics, mas que ainda é diferente de muitas coisas que já li. Foi muito bacana poder
curtir novamente um romance de aquecer o coração que traz diversidade, representatividade e uma
mensagem de amor e liberdade acima de tudo.
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