5 filmes para aprender mais sobre a luta LGBTQ+

No último domingo, dia 14 de junho, ocorreria a vigésima-terceira Parada do Orgulho LGBT em São Paulo – o que não foi possível devido à pandemia de COVID-19, porém ainda foi celebrada por meio de lives em diversos canais do Youtube. Às vezes é fácil nos perder no glamour da Parada (que é incrível e deve sim ser celebrado), que cresce a cada ano, e nos esquecemos da sua origem política dentro do movimento LGBTQ+, então, para comemorar o mês do Orgulho, resolvi trazer pra cá alguns filmes que nos lembram da luta histórica, por reconhecimento e direitos, da comunidade através dos anos.

Happy Birthday, Marsha!


Poster do curta "Happy Birthday, Marsha!"

A Rebelião de Stonewall é como ficou conhecida a série de manifestações e protestos que seguiram a invasão violenta da polícia ao bar gay Stonewall Inn, na cidade de Nova York em 1969. Esses eventos são considerados o cataclisma para o início da luta moderna pelos direitos LGBTQ+ no país e consequentemente, no resto do mundo. Em 28 de junho de 1970, um ano depois, ocorreram as primeiras marchas do “orgulho gay” em comemoração do aniversário dos motins. O curta metragem de 2018, “Happy Birthday, Marsha!”, dirigido, produzido e escrito pelas ativistas queer Tourmaline e Sasha Wortzel, conta a história das lendárias Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera, pioneiras do ativismo LGBTQ+ nos Estados Unidos, nas horas que antecederam o primeiro motim no Stonewall.


Paris is Burning


Poster do filme "Paris Is Burning"

Lançado em 1991, o documentário “Paris is Burning” é uma crônica dos bailes drag em Nova York, na metade dos anos 1980. É um retrato “realista”, nas palavras da diretora Jennie Livingston, vibrante e inspirador do que hoje é considerada a “Era de Ouro” da cultura drag nos Estados Unidos (que agora é celebrada de diversas formas, como no reality Ru Paul’s Drag Race ou em séries como Pose, da Netflix) e o envolvimento das comunidades negra, latina e transgênero na criação dos bailes, das competições, do vogue (que ficou imortalizado na canção da Madonna, anos depois) e de toda essa iconografia drag que conhecemos. Esse doc está disponível, legendado em português, no Youtube.


Milk - A Voz da Igualdade


Poster do filme "Milk - A Voz da Igualdade"

Harvey Milk foi um político e ativista norte-americano. Ele foi a primeira pessoa abertamente gay a ocupar um cargo público no estado da Califórnia, e depois de passar apenas 11 meses em seu mandato, foi assassinado em novembro de 1978. Apesar de sua curta carreira pública, Milk se tornou um ícone na cidade de São Francisco e é considerado “o mais importante e mais significativo político abertamente LGBT dos Estados Unidos”, pela sua luta contra a homofobia nos anos 1970. Em 2008, foi lançada sua cinebiografia intitulada “Milk - A Voz da Igualdade” no Brasil, dirigida por Gus Van Sant, ganhadora de dois Oscars, de melhor ator para Sean Penn e de melhor roteiro original, para Dustin Lance Black, que é um dos únicos roteiristas abertamente gays a receber tal prêmio.


Orgulho e Esperança


Poster do filme "Orgulho e Esperança"

Entre os anos de 1984 e 1985, o sindicato dos trabalhadores das minas de carvão do Reino Unido entrou em uma greve histórica, contra as medidas liberais da então primeira-ministra Margaret Thatcher, a “dama de ferro”. O filme de 2014 da BBC, “Orgulho e Esperança”, é baseado na história real da amizade entre gays e lésbicas e os mineiros e suas famílias durante essa greve, mostrando o que iria se tornar a campanha “Lésbicas e Gays Apoiam os Mineiros” (LGSM, em inglês). O longa foi dirigido por Matthew Warchus e é uma “dramédia” britânica típica, com personagens carismáticos e reais, que se apoiam em suas lutas contra a opressão que sofrem e se unem em solidariedade um com o outro.


Dzi Croquettes


Poster do documentário "Dzi Croquettes"

O documentário de 2009, dirigido por Tatiana Issa e Raphael Alvarez, conta história do grupo de teatro e dança do mesmo nome, durante a década de 1970 no Brasil – também conhecidos como os anos mais difíceis e opressivos da Ditadura Militar que assolou o país. O filme acompanha a trajetória do grupo que desafiava e enfrentava a hegemonia da época com seus shows irreverentes, quebrando as barreiras de gênero e sexualidade, com deboche e inteligência. Ele traz depoimentos e entrevistas com os membros do grupo, falando sobre sua formação, os espetáculos, a censura que sofreram, retratando o universo LGBTQ+ no Brasil daquela época. Esse doc também está disponível na íntegra no Youtube.
Luiza de Toledo

Publicado por

Luiza de Toledo

23 anos, estudante de letras, professora, pseudo-cinéfila e sommelier de fanfiction.

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